sábado, 8 de novembro de 2008

Ó Paí, Ó: Mãe e Quenga

O segundo episódio de Ó Pai, Ó traz o contraponto entre a mãe Maria (Valdinéia Soriano) e a quenga Dandara (Aline Nepomuceno). A estória da mãe se desenrola a partir da desconfiança que tem do seu marido Reginaldo que a ludibria com mentiras. O que acontece é que Maria está grávida e, mesmo nesta situação, decide ir embora do cortiço, mas volta atrás pelo empenho dos amigos. Os tormentos que passou neste dia fazem com que se inicie o trabalho de parto e a busca por atendimento médico, mostrando ao telespectador as dificuldades da classe baixa em conseguir atendimento em hospitais públicos. E isso é fato em qualquer parte do Brasil, o que nos envergonha como cidadãos pagantes de impostos.

A estória da quenga mostra Roque se apaixonando por Dandara, mesmo sem saber que esta é uma profissional do sexo. O que poderia ser mais um clichê foi desenvolvido de forma sutil e convence o espectador. Roque, ao conversar com Seu Gerônimo (Stênio Garcia), se vê capaz de fazer tudo por esse amor, mesmo não conseguindo consumar o ato.

O episódio, mesmo produzido meses depois do piloto, consegue ter o mesmo ritmo apresentado no primeiro programa. E a cena mais engraçada envolve Reginaldo visitando a mãe de santo (?) que lhe prega uma peça, mostrando que não é só turistas que caem nas armadilhas destas “entidades”.

Eu nunca fui à Bahia, mas as locações, figurinos e sotaques destes personagens me convencem. Todos bem trabalhados. Dos tatuagens de Matheus Nachtergaele ao figurino extravagante de Lazaro Ramos, cada detalhe é pensado de acordo com o personagem e enriquecem ainda mais o programa. Até o bordão e nome do programa “ó pai, ó”, que eu descobri ser uma gíria local, é usado de forma eficaz e sem exageros.
Segue abaixo um vídeo da atriz Aline Nepomuceno falando de seu personagem:



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